Chapada padece por não priorizar sua vocação econômica

Leonel Reis

Ainda um dos maiores municípios em extensão territorial do mundo, Chapada dos Guimarães completou recentemente, 269 anos de muita história.

Com belezas naturais riquíssimas, que atraem turistas de todo mundo, até hoje, quem passou pelo comando do município, não soube converter toda essa riqueza natural, em melhorias na qualidade de vida para a população.

Então, com todo esse potencial econômico, porque o município tem um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano e Social (IDHS) do estado de Mato Grosso?

Resposta simples e objetiva: falta de visão estadista de todos os governantes, que com seus mandatos, não conseguiram sequer fazer uma maior divulgação interna e externa do município e suas belezas naturais. Só para se ter ideia, os 6 países com as maiores indústrias de turismo, são também as 6 maiores economias do planeta. Coincidência?

Vejamos o município vizinho Campo Verde. Com pouco mais de 3 décadas de existência, vocacionado para o agronegócio e que um dia foi território chapadense, Campo Verde tem IDH bem superior ao de Chapada dos Guimarães. Pasmem! Viram como bons gestores fazem muita diferença?

A agricultura familiar no nosso município, então, nem se fale. Totalmente desprestigiada em pleno século 21, ainda com pontes de madeira danificadas, estradas em péssimas condições dificultando e muito, o transporte e o escoamento da produção, provocando o encarecimento dos produtos e desanimando os pequenos produtores.

Sem generalizar, onde está a Câmara Municipal de Vereadores do município para formulação de projetos para a instalação e o incentivo do turismo e agricultura familiar? Onde está o legislativo municipal que não vai atrás da bancada estadual e federal, para trazer recursos que podem solucionar ou amenizar os problemas relacionados ao turismo e a agricultura familiar?

Criar leis e fiscalizar as ações do Executivo Muncipal com base nas despesas e receitas municipais é obrigação dos parlamentares. No entanto, o que se observa no Brasil, em especial, Chapada dos Guimarães é a subserviência dos parlamentares ao Executivo.

A partir de 2021, quando se inicia um novo ciclo no Parlamento de Chapada dos Guimarães, vamos cobrar a valorização dos vereadores e consequentemente, defender os interesses da população para a qual os vereadores foram eleitos.

Cabe ao Executivo atender as demandas populares que forem indicadas pelo legislativo. A obrigação dos dois Poderes, na aplicação responsável dos recursos públicos, é no mínimo, o respeito que a população espera receber em troca dos pagamentos dos impostos pagos ao longo de cada ano.

Apáticos e inertes vocês vão responder com certeza, se lambuzando dos poucos recursos do município para manterem seus gabinetes e apaniguados. Vamos cobrar respeito e responsabilidade com a população.

Chapada padece por não encontrar e priorizar sua vocação econômica que está no turismo e na agricultura e quem perde é a sociedade chapadense.

Leonel Reis é Investigador de Polícia há 12 anos e um morador apaixonado pelo município.