Christiany Fonseca
No dia 28 de outubro, os brasileiros irão às urnas escolher o próximo Chefe de Estado do nosso país. Desde a redemocratização, essa pode ser considerada uma das eleições mais inusitadas da nossa história, desde considerações e mudanças mais básicas como o tempo de campanha, o financiamento público de campanha, tempo de TV e outras variáveis previstas pela legislação eleitoral, como também, ações “não legítimas” protagonizadas pelos militantes e simpatizantes das respectivas campanhas com marcas constantes de violência entre si.
Caminhando nessa retórica fatídica, o Brasil escreverá mais uma página na sua história política. Páginas serão marcadas por um país polarizado entre as “cores vermelhas e verde-amarelas”, pautadas, em tese, em suas expectativas ideológicas, que vem destacando as crenças de uma população cada vez mais fragilizada e mais desacreditada frente à estrutura política vigente.
Ressaltamos que os últimos anos vêm sendo marcados não só pela polarização política, mas também pela polarização popular.
A população está cada vez mais enérgica frente ao panorama político-eleitoral, marchando em lados opostos quanto às expectativas que a nação brasileira deve seguir, manipulando os ânimos do nosso povo e acentuando cada vez mais as características centrais que nos diferem, sejam por questões regionais, sejam por questões de classes, sejam por questões religiosas ou por tantas outras, que historicamente já nos segregam em nosso país e vem criando outras ainda mais exclusivistas.
Nesse quadro, é esse povo, o povo brasileiro, que todos os dias vem sofrendo duramente com a perda cabal dos seus direitos básicos, enquanto que um circo pirotécnico é montado com um objetivo claro: a manutenção do poder para e pelo poder.
Christiany Fonseca é cientista política, professora efetiva da área de Sociologia no IFMT, doutoranda em Sociologia pela UFSCAR, mestre em Educação pela UFMT, especialista em Gestão Pública e graduada em Ciências Sociais pela UFMT. E-mail: [email protected]