Então é Natal!

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2019 se aproxima a passos rápidos. Como canta Simone “Então é Natal e o que a gente fez o ano termina e começa outra vez”. Quando o fim do ano se aproxima, em especial o mês de dezembro, e ouço essa música, penso e repenso sobre a minha vida e o que fiz nela e dela durante o ano, se os caminhos por onde andei foram os caminhos certos, se o que fiz foi tudo o que podia ou se poderia ter feito mais e melhor.

O mês de dezembro representa um tempo com e para a família. Por isso tendemos a ficar mais sensíveis e receptivos. É quando conseguimos parar um pouco e puxar o freio de nossas vidas. É um momento propício para fazermos uma reflexão sobre tudo o que vivemos e o que fizemos, e se programar para iniciar novos projetos ou retomar os que não conseguimos concluir no ano que finda.

Tantas coisas mudam no mundo o tempo todo, principalmente valores e conceitos. Muitas discussões divergentes sobre o que é certo ou está certo. Até onde essa nova realidade que se apresenta sem muitas explicações, quebrando paradigmas e em algumas situações subjugando valores, irá nos conduzir, e como será essa condução. Novos valores e conceitos estão sendo originados pautados em referências inconsistentes.

Nem tudo o que está posto para sociedade corresponde à realidade atual, mas precisa ser respeitado, porque retrata a vivência de gerações e o caminho percorrido para chegar ao hoje. Estamos sempre esperando que aconteçam coisas novas e que necessariamente sejam extraordinárias. O tempo vai passando e as coisas nem sempre atendem nossas expectativas, e nos frustramos porque está impregnado em nosso ser a necessidade de superação. E a nossa precisão de evolução a qualquer custo faz com que muito do que vivemos até o momento deixe de ter importância e seja descartado.

Confesso que às vezes fico um pouco perdida, sem ter uma opinião formada sobre tantas mudanças, mas consigo ter clareza de que o equilíbrio é a medida de tudo. Não dá para radicalizar, jogar tudo fora e achar que só o novo tem valor, e que o resto é descartável. Vivemos tempos nos quais algumas pessoas se acham no direito de acessar as redes sociais para agredir uma criança por sua cor, e se apoderam desse instrumento tecnológico para reproduzir muitas inverdades.

Esses são os novos valores que subjugam tudo e todos. Torço muito para que esse não seja o novo padrão para nossas vidas. Voltando a um trecho da música cantada por Simone, “Então, bom Natal, o ano novo também, que seja feliz quem souber o que é o bem”. Mais paciência, compreensão, respeito e muito mais amor nos corações no ano que está chegando.

Tânia Matos é arquiteta e urbanista, administradora, pós-graduada em Gerência de Cidades, mestranda, presidente da Agência Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá e escreve escreve mensalmente neste espaço. E-mail: [email protected]

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