Covid-19: imunidade e grupos de risco

250

Por Luiz Sérgio Guedes

Todos nós somos susceptíveis ao novo coronavírus, haja em vista se tratar de uma nova doença que esta acometendo a humanidade nos dias de hoje. Contudo, não somos todos nós susceptíveis de modo uniforme a desenvolver particularmente a forma severa da doença, síndrome respiratória aguda grave.

Dados atuais demonstram que cerca de 80 a 85% das pessoas que se contaminam com o vírus desenvolvem quadro clinico leve (tosse, febre baixa, diarreia leve), com um tempo de evolução bem limitado por dias, após voltando a ter saúde plena.

Outrossim tem sido identificados grupos da população que são bem mais vulneráveis a desenvolverem a forma mais severa da infecção: pessoas com mais de 65 anos, com o sistema imune suprimido pelo uso de medicações para tratamento de doenças de base como câncer, doenças autoimunes reumáticas, diabéticos, portadores de doenças pulmonares crônicas como asma, enfisema, doenças cardíacas, obesidade mórbida, entre  outras.

A vulnerabilidade desses grupos de risco é uma situação já bem conhecida por todos nós. Ora, basta lembrarmo-nos do que acontece a cada ano onde grupos de idosos, diabéticos, cardíacos, reumáticos, em tratamento de câncer (que tem maior susceptibilidade em contrair gripe) são convocados para se vacinarem com a gripe.

O porquê disso! Nesses grupos, ao contraírem a gripe, tem grande chance em exacerbarem as doenças de base que tenham, exigindo mais cuidados médicos, mais medicações, e de eventuais procuras aos serviços de saúde e ate de hospitalizações.

Portanto, a conscientização de que temos de identificar e de proteger as pessoas enquadradas nesses grupos torna-se imperiosa, com o objetivo de salvar vidas e de não sobrecarregar nosso sistema de saúde, quer em preventivas como o isolamento e o distanciamento social, quer em orientações de prevenção do contagio entre familiares, quer em medidas médicas paliativas e de suporte clinico.

No momento as medidas preventivas são mais que salutar, pois não temos ainda uma vacina especifica contra o novo Covid-19, e temos pela frente de 12 a 24 meses até que a futura vacina possa estar disponível para imunizar parte da população mundial.

Contudo, informações claras e objetivas a fim de esclarecer a nossa população, canalizadas por um comitê nacional de combate a essa emergência mundial dos dias de hoje, seguindo recomendações de higiene dos profissionais da saúde, evitando o contato social para diminuir a transmissão, para poderemos brevemente retomarmos as nossas vidas e enfrentarmos as dificuldades econômicas e inevitáveis que já estão em curso e serão severas.

Luiz Sérgio Guedes é Doutor em Reumatologia em Mato Grosso e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 

Deixe uma resposta