AMM revela preocupação das prefeituras em retomar as aulas no próximo dia 18

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O retorno das aulas nas escolas de Mato Grosso será amplamente discutido por um comitê estratégico composto por dirigentes de vários segmentos no estado. A Associação Mato-grossense dos Municípios – AMM vai integrar o grupo de trabalho, como entidade representativa dos prefeitos, que já manifestaram preocupação com o retorno este mês, considerando o risco de disseminação do coronavírus nos municípios. Decreto do Governo prevê que as aulas reiniciem no próximo dia 18.

O assunto foi debatido nesta terça-feira (5), durante reunião na Assembleia Legislativa, onde foi discutida a formação da comissão, que também contará com representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), do Ministério Público Estadual, da Defensoria Pública, do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso – Sintep, da Secretaria Estadual de Saúde e Conselho Estadual de Educação, União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação, dentre outros. O objetivo é propor medidas para subsidiar o governo do estado no enfrentamento da pandemia. As reuniões do comitê serão às segundas-feiras, às 14 horas, na Sala das Comissões da ALMT.

O presidente da AMM, Neurilan Fraga, que participou da reunião na Assembleia, disse que inicialmente foi discutida a proposta de retornar dia 18 de maio, mas ficou acordado, por unanimidade, que retomar as atividades escolares este mês é muito temeroso, considerando os riscos de contágio e o alerta das autoridades de saúde, que orientam sobre a importância de distanciamento para conter o avanço do vírus. “O grupo de trabalho vai se reunir todas as segundas-feiras para avaliar a pandemia no estado, visando uma decisão que ofereça segurança para alunos e familiares. A deliberação sobre a data mais adequada vai depender de uma ampla avaliação”, frisou.

A reunião também contou com a presença da secretária de estado de Educação,  Marioneide Kliemaschewsk, do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho, e dos deputados Lúdio Cabral (PT), Silvio Fávero (PSL), Wilson Santos (PSDB), Paulo Araújo (PP), Delegado Claudinei (PSL) e Max Russi (PSB), Thiago Silva (MDB), além do deputado Valdir Barranco que será o coordenador do comitê estratégico.

O presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, destacou a formação da comissão. “Definimos que vamos montar uma comissão, composta por membros da Seduc, do Ministério Público, da AMM porque vai servir de referência para todos os municípios também, e criar regras e entendimentos sobre quando começar as aulas. Isso ficou definido e vou colocar o deputado Valdir Barranco, que é presidente da Comissão de Educação, para coordenar esse trabalho”, afirmou o presidente Botelho.

De acordo com a secretária Marioneide, o comitê estratégico vai estruturar e reorganizar a situação para que até o mês de junho, se possível, possam retornar as atividades escolares, gradativamente. “Com certeza, o comitê vai ajudar porque como gestora da Educação e como qualquer outro gestor do município ou do estado nós respondemos aos órgãos de controle. Então, essa união precisa vir de todas as instâncias. Acredito que este é um momento diferenciado, pois a Covid-19 é uma doença que nunca foi vivenciada antes, para nós é uma realidade nova e estamos construindo novos caminhos para a resolução de uma crise de saúde que é mundial”, destacou a secretária.

Dezenas de prefeitos já expuseram a preocupação com o retorno das aulas, pois haverá aglomeração nas escolas, as crianças poderão ser contaminadas e, consequentemente, transmitir o vírus para os familiares, inclusive para pessoas do grupo de risco. A disseminação do vírus nas reservas indígenas também preocupa, pois vários municípios possuem essas áreas, onde os índios se encontram isolados, sem contato com a população de outras localidades. Porém, com o retorno das aulas, os indígenas vão interagir com outras crianças e poderão levar o contágio para as aldeias, onde a população é mais vulnerável a doenças respiratórias, que causam muitas mortes nas comunidades nativas. Há ainda a preocupação com os moradores da área rural, que são mais simples, e que estarão mais vulneráveis à contaminação, com o retorno das crianças às escolas.

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