Quem duvida, perde a vida

165

Jairo Pitolé

A pandemia do coronavírus, decretada há mais de quatro meses (parece que vai durar mais ainda, enquanto não surgir uma vacina e pelo jeito como muitos a estão tratando), certamente ensinou, reforçou algumas lições, mas também expôs, mais uma vez, a face cruel da humanidade.

 

A que leva as pessoas a disseminar informações falsas, descabidas e criminosas, levando ingênuos e/ou fanfarrões a enfrentá-la de peito aberto, como se fosse uma gripezinha. Uma roleta russa, pendendo para o suicídio, mesmo que involuntário.

 

Li nesta semana em um jornal português sobre um caso deste, acontecido nos Estados Unidos. Um ingênuo negacionista, de 30 anos de idade, participou de uma festa onde todos acreditavam que o vírus não fosse real.

 

Infelizmente, a realidade nestes casos costuma ser implacável. Quando se deu conta do erro cometido, já não havia mais retorno. Transformou-se em mais uma vítima fatal.

 

Alienação, desinformação, analfabetismo crônico ou funcional (ou, ainda, pura teimosia). O que faz uma pessoa desacreditar da existência de uma doença que já infectou mais de 14 milhões de pessoas, com mais de 600 mil mortos em todo o mundo?

 

São números divulgados em todo momento por TVs, rádios, jornais, sites, redes sociais… Além das informações sobre sua letalidade, forma de propagação, meios de evitá-lo, etc., etc.. Portanto, é muito difícil não saber de sua existência. Só mesmo renegando-a, para agir desta forma.

 

Ainda bem que, contrapondo aos kamikazes, há quem tenha bom senso e prefira não se opor à ciência e aos especialistas da área. Estão com ouvidos e mentes fechadas a baboseiras, mesmo que partam de autoridades constituídas, o que, infelizmente, tem ocorrido com constância neste Brasil, até algum tempo atrás menos senil.

 

Mesmo com todas as dificuldades, preferem o isolamento social a correr a o risco de contrair o vírus e se transformar em mais uma estatística. Resumindo; evitar dar chance para o azar.

 

Infelizmente, há os que insistem em sobrepor a economia à vida humana. Claro que o trabalho é necessário, mas há sempre um limite. Além disso, os poucos muito ricos do Brasil e do mundo, que detêm bem mais da metade da riqueza produzida, poderiam tranquilamente ajudar quem não pode, até que a situação se normalize.

 

Embora muitos estejam ajudando, para a grande maioria, este tipo de proposta não passa de uma quimera, uma utopia. A avareza ofusca a solidariedade.

 

Jairo Pitolé jornalista em Cuiabá. 

Deixe uma resposta