A bala perdida, o voto perdido

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Diogo Botelho

Estudo feito pelas Nações Unidas revelou um dado alarmante: o Brasil é o segundo país da América Latina e Caribe com maior número de casos de balas perdidas e o terceiro em número de mortes causadas por esses disparos. Ficamos atrás apenas da Colômbia e da Venezuela, denuncia reportagem veiculada no Jornal Nacional, em janeiro de 2018.

Aquele que engatilha e atira não sabe para onde vai a bala. Não sabe o destino dela. Mal sabe que o seu calibre pode, fatalmente, atingir uma criança, um adulto ou idoso, ceifar seu presente e destruir o futuro. Dinamitar uma família. Assim é a bala perdida. Sem endereço, credo, cor, comportamento sexual ou religião, a destruição é certa!

No mesmo sentido, infelizmente, é o voto perdido! É o voto concebido no ventre do caixa dois, da troca de favores espúrios, do dinheiro sujo, da gasolina, da telha e do cimento para rebocar o casebre, porém, destruir um bairro, uma cidade, um país!

Aquele que exerce o sagrado direito do voto despedido de consciência social, vendendo a sua dignidade cívica por um prato de lentilhas, tal qual o atirador, também não sabe o endereço deste voto perdido! Desconhece as vidas que falecem nos corredores dos hospitais públicos, em virtude da sua conduta.

O voto perdido também mata! Além de matar a granel, o voto perdido destrói o futuro, condena o povo à escravidão da ignorância, impedindo a sua emancipação e, consequentemente, a sua evolução.

Bala perdida e voto perdido: seus atiradores e eleitores, talvez, não tenham a consciência de que sua atitude destrói vida e vidas. Portanto, não atire a bala perdida … E nessas eleições, não atire o voto perdido, porque a próxima vítima, fatalmente, será você!
Vote consciente. Não mate!

* Diogo P. Botelho é advogado.

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