Prefeitura disponibiliza atendimento de psiquiatria e psicólogo infantil

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O sofrimento das mulheres vítimas de violência doméstica gera graves consequências à saúde física e mental, podendo auxiliar no desenvolvimento de depressão e fobias, além disso a grande maioria dos filhos desenvolvem traumas por presenciarem a mãe, avó, tias, irmãs serem agredidas.

Com o aumento de atendimentos no Espaço de Acolhimento, instalado no Hospital Municipal de Cuiabá, durante a pandemia, a equipe multidisciplinar percebeu a necessidade de um médico psiquiatra e um psicólogo infantil para acompanharem as vítimas que procuram ou são encaminhadas pela Rede de Proteção para o Espaço.

De acordo com a Secretária Municipal da Mulher, Luciana Zamproni, durante todos os atendimentos realizados pela equipe, verificou-se que a grande maioria das vítimas tinham desenvolvido algum dano psicológico. Ela destaca que mediante a toda essa situação e com casos de depressão, crises de ansiedade, crises de pânico, foi necessário o pedido para que um psiquiatra também fizesse parte da equipe. Além disso era nítido que as crianças, também desenvolveram algum tipo de trauma.

“Uma agressão física ou verbal pode ter impactos permanentes na saúde mental da mulher ou criança que foi vítima. A violência contra as mulheres ainda não é tratada como um fator de risco para a saúde mental. Com isso, as vítimas não recebem um apoio multiprofissional que as ampare para além da violência que é visível”, explica.

Para a psicóloga e coordenadora do Espaço de Acolhimento, Thayssa Ferraz, a situação de violência psicológica pode ser percebida quando “afeta a personalidade, gerando baixa autoestima, apatia, tristeza, culpa, vergonha, medo, depressão, ansiedade, síndrome de pânico, entre outros. Assim, o primeiro passo deve ser a mulher reconhecer que está em situação de violência e entender que precisa de ajuda para romper o ciclo de violência”, destaca.

Além disso a psicóloga destaca a importância de uma criança que vive dentro de um ciclo de violência receber atendimento.

“Birras, choros e agressividade são comportamentos que demonstram o sofrimento de quem presencia o abuso doméstico, além de déficit de atenção na escola. Quando adulto, o filho pode, ainda, sofrer com esgotamento emocional, que pode levar a diversos transtornos”, afirma.

O acompanhamento psicológico infantil é feito por meio do ato de brincar, com uma linguagem acessível para a criança, em dinâmicas que estimulem os pequenos a expressar vivências e sentimentos, a fim de identificar a causa dos sintomas percebidos pelos seus responsáveis.

Os atendimentos no Espaço de Acolhimento para as Mulheres funcionam de segunda a domingo, 24 horas e com portas abertas. Ele fica localizado dentro do Hospital Municipal de Cuiabá

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