Nelson Barbudo (PL) prevê um futuro sombrio se Lula for eleito, conforme o site mídianews

Barbudo disse que o fato representaria "o caos, a desgraça, o fim, a tragédia" do Brasil

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Midianews/LISLAINE DOS ANJOS E THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O deputado Nelson Barbudo (PL) aposta na reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem apoia incondicionalmente. Mas caso a vitória de Lula ocorra, Barbudo disse que o fato representaria “o caos, a desgraça, o fim, a tragédia” do Brasil.

“Ia representar o inferno na terra brasileira onde nós temos um povo bom, trabalhador, honesto como o do Estado de Mato Grosso que produz, que gera riqueza, emprego e renda. Ia cair nas mãos de um socialista que já está colocando as garras de fora. Vejo que é um prelúdio do sofrimento do povo cristão e do povo trabalhador brasileiro”, afirmou.

Em entrevista ao MidiaNews, o deputado criticou a “política de esquerda”, avaliou o cenário estadual e a possibilidade de Bolsonaro subir no palanque do governador Mauro Mendes (União Brasil) em Mato Grosso. Ele ainda se posicionou sobre a polêmica envolvendo o filme do humorista Danilo Gentili – obra que classificou como “bizarra e nojenta”.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:  

MidiaNews – O PL ainda não tem um candidato ao Governo. O senhor acredita que o partido vai lançar alguém para ser o nome de Bolsonaro ou deve apoiar o governador Mauro Mendes? Tem alguma conversa nesse sentido?

Nelson Barbudo – Sim. Eu já vi várias manifestações do governador. Inclusive perguntei para ele se ele daria palanque ao PT ao PL e ele disse que se tiver que dar palanque vai dar ao PL. Veja bem: eu não estou afirmando que o governador já deu.

Eu perguntei para ele se entre os dois partidos que provavelmente disputarão o segundo turno, para quem ele daria o palanque. Ele me disse que para o PT, jamais. Partindo dessa premissa, eu acho sim que tem possibilidade de fazer uma composição entre o presidente Jair Bolsonaro apoiando Mauro Mendes e Mauro Mendes dando palanque para Jair Bolsonaro.

MidiaNews – Fala-se muito em um atrito entre o governador e o presidente, principalmente diante da divergência de discurso na época do pandemia. Aliados do governador chegaram a falar que há agentes políticos que estariam trabalhando para alimentar atritos entre os dois. O senhor também vê dessa forma?

Nelson Barbudo – Vejo. A esquerda. É papel dela ficar fazendo as intrigas para que possa desestabilizar tudo que partir de bom para o governo Bolsonaro. Se fosse assim, entre a classe política, cada um teria que ter um partido porque qual político que não falou do outro, não teve uma desavença, não discutiu? [Os aliados] estão muito certos.

Aquele fato de que houve no passado, foi no momento, daquela hora. Passado aquele momento, as coisas vão se encaixando. Por isso que eu vejo uma possibilidade. O PL até agora não tem um nome expressivo. Aliás, nenhum partido de Mato Grosso, na minha opinião, tem um nome que possa estar, até agora, à altura de disputar com a máquina estatal. Mas isso não impede também que até a convenção apareça uma pessoa com apoio do Bolsonaro e o PL lance seu candidato. Isso não é descartado.

MidiaNews – Nenhuma porta está fechada?

Nelson Barbudo – Isso. Nenhuma porta está fechada. O PL é o partido do Bolsonaro e o nosso maior líder é o Bolsonaro. De repente aparece uma liderança que pontue. Ninguém vai pegar uma pessoa que não tenha capacidade mínima de enfrentar o Mauro e lançar por lançar e criar uma disputa sem nexo no Estado.

MidiaNews – Recentemente vimos a aproximação do governador com dirigentes do PL. O senhor acredita, então, que Mendes tem o perfil para ser o candidato de Bolsonaro ao Governo?

Nelson Barbudo – O Mauro não tem as características do Bolsonaro. Eu considero o governador de Mato Grosso um gestor de fato. Houve críticas de que ele aumentou Fethab, imposto, quando assumiu. Mas o que a sociedade prefere: uma pessoa como o governador anterior que era político, mas não fez os ajustes fiscais, deixou o funcionalismo sem receber, deixou os contratos sem pagar, deixou as rodovias de Mato Grosso um caos?

O Mauro pode não ter o perfil político do Bolsonaro, mas até agora a seriedade do governo dele se equipara ao Governo Bolsonaro. Não teve escândalo de corrupção no Governo Mauro. E não estou fazendo campanha, mas uma comparação fria. Se a gente fizer a análise política, ele pode não sair gritando e abraçando o Bolsonaro, mas comentando no palanque, as duas gestões são semelhantes. Não tenho procuração para falar por nenhum deles, apenas quero o melhor para Mato Grosso. Se essa aliança se formasse, a composição seria Bolsonaro à Presidência, Mendes ao Governo, Wellington ao Senado e os federais.

MidiaNews – Ainda sobre as questões da criação de atritos entre Bolsonaro e Mendes, o deputado federal José Medeiros, que agora está no PL, chegou a ser apontado pelo líder do Governo, Dilmar Dal’Bosco, como um dos que fariam esse tipo de intriga. No caso dessa composição citada anteriormente e das divergências de Medeiros com Mendes, o senhor acredita que é possível ambos dividirem o mesmo palanque?

Nelson Barbudo – Todo mundo sabe que Medeiros e Mendes são brigados, vamos falar a verdade. Agora, não se pode comprometer o palanque do Bolsonaro e de um senador de República por causa de uma figura. Então, se esse acordo surgir, fica o Medeiros em uma ponta do palanque e o Mendes em outra. O José Medeiros não pode desestruturar – e se ele vier ao PL com essa intenção, não vai ser bem recebido. Porque eu, por exemplo, não tenho briga com o governador. Cada um que brigou ao longo da vida que responda por seus atos. Mas o Bolsonaro, Wellington e eu não podemos pagar por isso. E nem por isso o Medeiros não poderia ir para o PL, também. Ele vai, faz a campanha dele. Ninguém o vetou. Se ele quiser criar confusão com o governador, vai estragar um apoio para o Bolsonaro. Se fizer isso, nunca foi bolsonarista.

MidiaNews – Uma boa parcela dos brasileiros apoia o ex-presidente Lula, apesar dos escândalos de corrupção em seu governo. Ao que o senhor atribui esse apoio?

Nelson Barbudo – Tem uma parcela da população que mamava. Só para se ter uma ideia, 21 mil cargos foram cortados no primeiro mês de Governo Bolsonaro. Pessoas que se valiam do erário para fazer a corrupção estão apavoradas e desmamadas há três anos. Fora os que foram cooptados culturalmente que acham que o socialismo é um modo de igualar a vida entre os homens.

Mostre-me um país onde o comunismo deu certo que eu viro comunista também porque não tem cabimento as pessoas acharem que vão ter uma vida sem o capitalismo. Não é possível que um cidadão em sã consciência tenha coragem de apoiar um homem que foi desmascarado e o seu governo teve tantos ministros presos.

MidiaNews – Na opinião do senhor, caso Lula vença a eleição, o que isso representaria para o Brasil?

Nelson Barbudo – O caos, a desgraça, o fim, a tragédia. Ia representar o inferno na terra brasileira onde nós temos um povo bom, trabalhador, honesto como o do Estado de Mato Grosso que produz, que gera riqueza, emprego e renda. Ia cair nas mãos de um socialista que já está colocando as garras de fora. Vejo que é um prelúdio do sofrimento do povo cristão e do povo trabalhador brasileiro.

MidiaNews – Mas o Lula conseguiu se livrar das condenações. 

Nelson Barbudo – Só se for cego, surdo e mudo para não ver que o cara faz parte da maior organização criminosa do planeta. Para mim, ele continua sendo um bandido.

MidiaNews – Qual deve ser o discurso do presidente em um embate com Lula?

Nelson Barbudo – A postura do presidente não é na base de atacar, de brigar. É mostrar os fatos passados. Por exemplo: é mostrar o que foi feito com a Petrobrás, já que a discussão do momento é alta da gasolina. É só ele mostrar o que foi feito no passado, o rombo que nós herdamos e mostrar os ladrões que ladeiam e acompanham o ladrão maior que o povo brasileiro vai entender. Então, mostrar o passado nefasto, podre.

Outro exemplo: mostrar que não foi investido R$ 1 em estradas em Mato Grosso durante 16 anos. Não foi investido R$ 1 em ferrovia em Mato Grosso durante 16 anos. E agora vem o bandido maior dizendo que precisar pegar o Brasil para melhorar a infraestrutura. Teve 16 anos e não fez nada. É só mostrar os podres do passado e as condenações dos lulo-petistas. Se isso não bastar – e maioria do povo brasileiro achar que assim mesmo o ladrão deve voltar -, aí pra mim é o fim.

MidiaNews – Como atuaria o deputado Barbudo em um eventual Governo Lula?

Nelson Barbudo – Eu vou ser bem sincero: seria um trauma na minha vida ter que conviver na Câmara, mas eu não iria correr. Eu iria estar lá para fazer o bom combate e tentar barrar todas as calamidades que esse provável governo tentasse passar. Aí que eu teria que estar em Brasília e junto com os deputados cristãos das frentes parlamentares para poder não deixar que o Lula destrua o Brasil. Mas isso é uma possibilidade que eu nem penso, nem sonho, e acho que não vai acontecer.

MidiaNews – O senhor acredita na possibilidade de uma terceira via despontar, como Sergio Moro, por exemplo?

Nelson Barbudo – Não tem. Sergio Moro seria o futuro presidente do Brasil, se não desse uma apunhalada nas costas de Jair Bolsonaro quando saiu do Governo. A gente vê que ele não passa de dois dígitos nas pesquisas, portanto ele não irá para o segundo turno. Será Lula e Bolsonaro no segundo turno.

MidiaNews – Muitos analistas temem que, para se reeleger, o presidente promova uma bomba fiscal no País, gastando mais do que tem. Não teme que isso venha a ocorrer?

Nelson Barbudo – Quem tem coragem de gastar mais do que tem é o bandido. Antes de conceder essa entrevista, vi uma declaração do Lula de que se ele for eleito, não vai respeitar a [Lei de] Responsabilidade Fiscal. Então, mais uma vez o ladrão mostra que não tem responsabilidade nenhuma com a legislação. Porque todo pretenso ditador não respeita a legislação. O Bolsonaro é ao contrário. O Bolsonaro sempre falou que vai jogar dentro das quatro linhas.

As eleições estão chegando e ele não tomou nenhuma atitude eleitoreira. Ele podia dissolver a diretoria da Petrobras, porque a União é [acionista] majoritária, e mandar a gasolina para R$ 2,80 que ele estaria reeleito e não o fez. Então, esses analistas que julgam que Bolsonaro vai tomar uma medida eleitoreira estão equivocados.

MidiaNews – O Brasil vive uma escalada no preço dos combustíveis. De quem é a culpa?

Nelson Barbudo – Da crise mundial atrelado ao roubo do ladrão, de novo. Porque em 16 anos eles prometeram usinas, que iriam refinar o petróleo, roubaram bilhões. Eles mentiram, roubaram, não fizeram. O Brasil tem petróleo, mas não tem refinarias suficientes. A crise mundial, somadà à pandemia, à alta do dólar, à alta do petróleo e à guerra – e deu no que deu. No Brasil, juntou-se aos criminosos que não cumpriram o plano de Governo e não entregaram duas refinarias.

MidiaNews – Acha que o presidente deveria afastar a atual diretoria da Petrobras?

Nelson Barbudo – O mercado é muito sensível e, na minha opinião, o presidente Bolsonaro está aguardando o momento certo para tomar uma decisão. Nessa última alta, ele pediu aos diretores da Petrobras para aguardarem um dia porque havia uma votação importante ocorrendo na Câmara. Eles não esperaram, foi um aumento muito pesado. Eu acho que eles são diretores da Petrobras, mas tem a hierarquia, e o presidente da República é quem tem o poder de decidir porque representa a maior parte dos acionistas.

Acho que quando começam a acontecer fatos desse tamanho em uma estatal, logo haverá mudanças, porque eles desobedeceram praticamente a ordem do chefe. O Bolsonaro não gostou e eu penso que eles estão estudando uma medida para que a Petrobras ajude realmente a não deixar subir o petróleo. Porque ela tem que trabalhar para os brasileiros e não apenas para os acionistas. Eu penso, na minha singela opinião, que em breve haverá mudança, porque ele já sinalizou para isso.

MidiaNews – A guerra na Ucrânia escancarou nossa dependência de fertilizante importado… 

Nelson Barbudo – Tenho uma proposta que está apensa ao projeto de lei 490 que libera a mineração em terras indígenas. E ele está para ser votado, já foi aprovada a tramitação em regime de urgência. Estou trabalhando com várias etnias no meu gabinete e eles falam que podem minerar nas terras deles, dentro da legalidade. E nós respeitamos também as etnias que não querem. O projeto não diz que a atividade está aberta para toda terra indígena, apenas se aquela etnia quiser, observando a legislação pertinente, com anuência da Funai, do Ibama e fiscalização da Sema. E mais: tem que ter uma porcentagem de indígenas trabalhando, para que eles aprendam e no futuro, quando vencer o contrato de arrendamento, eles tenham condição de tocar adiante. Não é ad eternum o contrato com a empresa privada.

MidiaNews – Nesta semana, a direita fez um movimento de condenação a um filme do humorista Danilo Gentili que, segundo eles, estaria promovendo a pedofilia. O senhor viu a cena? Qual sua opinião?

Nelson Barbudo – Eu vi. E acho uma coisa tão bizarra, nojenta. Um cidadão que classifica aquilo como arte e cultura, não posso nem falar o que sinto no meu coração, de verdade. Mas, no mínimo, ele merecia a prisão perpétua, porque é horrível. Nojento. É digno de asco ver, no mundo de hoje, uma pessoa apresentar cenas daquelas, com crianças inocentes. E na minha concepção, é a esquerda com os princípios de Antonio Gramsci agindo para destruir a família e a sociedade, para que eles acabem de uma vez com os direitos e tornem o Brasil um comunismo, ou o inferno de Dante.

Midianews – O Governo Federal chegou a notificar as plataformas proibindo a exibição do filme. Isso não configura a censura?

Nelson Barbudo – Não. Censura é uma coisa. Agora, tirar de circulação ataques à sociedade não é censura. Nós temos a livre iniciativa, mas nós também não podemos a televisão em horário normal passar sexo explícito. Não é censura, é uma notificação sobre uma coisa que a sociedade, de uma maneira geral, não aceita.

Nelson Barbudo – A esquerda estava ganhando de goleada até a chegada das redes sociais, da internet. A esquerda ganhava até nós não conhecermos o Olavo de Carvalho (guro do bolsonarismo morto em janeiro). A esquerda ganhava de goleada até a direita do Brasil começar a se organizar. A partir de 2016, em que Olavo de Carvalho começou a aparecer com mais consistência no Brasil, houve um aumento na rede do que estava acontecendo realmente, e do plano de revolução cultural. Muitas pessoas, como eu, que estava na fazenda, quietinho, trabalhando, por causa de um simples celular, acordaram para a realidade. Como aconteceu comigo, aconteceu com muitas pessoas.

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