Condenação de Bolsonaro ecoa no mundo e divide análises da imprensa estrangeira

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Veículos internacionais destacam impactos políticos, jurídicos e diplomáticos da decisão que colocou o ex-presidente brasileiro no centro do debate global

A condenação de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal não ficou restrita às fronteiras brasileiras. O New York Times avaliou que o desfecho do julgamento deve ampliar as tensões entre Brasil e Estados Unidos, em meio à sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e à aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Já a Reuters lembrou que a decisão não foi unânime, citando o voto de Luiz Fux pela absolvição — fator que trouxe alívio a apoiadores e pode abrir brechas para novos recursos.

O Guardian também destacou o voto divergente de Fux, apontando que não haveria provas suficientes para incriminar o ex-presidente, mas ressaltou que Bolsonaro segue sendo “um ator político poderoso no Brasil”, com influência direta sobre as eleições de 2026. O Washington Post, por sua vez, informou que a defesa vai recorrer, enquanto o Wall Street Journal projetou que a condenação pode inflamar a disputa entre Donald Trump e Lula. Para o jornal americano, prender Bolsonaro aos 70 anos seria um desafio à estratégia de Trump de sabotar um processo que já eletrizou o maior país da América Latina.

Julgamento histórico

A agência Bloomberg ressaltou as acusações recorrentes de Bolsonaro contra o STF, classificando o processo como perseguição política, além de lembrar que sua defesa ainda pode apresentar embargos de declaração. Já o Clarín, da Argentina, enfatizou o caráter histórico da decisão, lembrando que o ex-presidente está em prisão domiciliar desde agosto e não acompanhou o julgamento por motivos de saúde.

Na Europa, o The Economist recordou declarações antigas de Bolsonaro e concluiu que o julgamento mostrou que “ele estava errado”. O espanhol El País avaliou que a condenação representa um passo importante contra a impunidade, enquanto a BBC detalhou que o plano liderado pelo ex-presidente culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Para a imprensa internacional, mais do que um julgamento, o caso é um marco que redefine os rumos da política brasileira, e sua posição no cenário global.

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