A obesidade infantil e seus impactos

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Patrícia Pillar Sguario

Notamos pouca informação sobre a obesidade infantil. É bom lembrarmos que a obesidade está ligada às questões orgânicas de cada ser humano e depois disso, aos hábitos alimentares, desde a sua infância. Se a obesidade é pré-existente, muitos só percebem a sua gravidade, quando essa enfermidade se apresenta de forma real no corpo, ou seja, pessoas com peso acima do normal e distribuídos por aquelas gorduras localizadas. E mais grave, são as consequências da obesidade nas demais enfermidades ao longo da vida.
O aumento desse problema entre as crianças e adolescentes é preocupante. Neste caso, os pais sabem disso, mas não observam os impactos causados pela obesidade infantil. Por exemplo, a incidência de diabetes, colesterol alto, o trigliceries entre outras que há tempos, eram doenças de adultos e que atualmente atingem a classe infantil com histórico de obesidade. Os pais precisam terem consciência e cuidar mais dos filhos, controlando hábitos exagerados por alimentos inadequados à idade.
Além disso, as crianças já nascem com deficiências de vitaminas no corpo e quando adquirem a obesidade passam a sofrer com doenças adultas, como transtornos mentais, depressão que são impactos que surgem a médio prazo. As crianças estão cada vez mais com esses problemas que seriam a longo prazo.
Essas deficiências são ligadas a falta de vitaminas corretas na gestação que acarreta aos problemas da obesidade. É comum vermos pais fazendo tudo que os filhos querem, principalmente de alimentos processados, sem contarmos o que comem nas escolas, com excesso de açúcar, outros alimentos com baixos nutrientes, tudo fica muito ligado ao corpo e a mente das crianças.
As estatísticas sobre obesidade infantil são alarmantes em todo o mundo. É urgente conhecermos a realidade e agirmos contra esse problema grave de saúde pública. As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores como, hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros.
As pessoas dizem que crianças obesas ingerem grande quantidade de comida. A obesidade infantil é resultado de uma série complexa de fatores genéticos e comportamentais, que atuam em vários contextos como a família e a escola. Segundo os especialistas ouvidos, porém, os maiores responsáveis pelo aumento de peso entre as crianças brasileiras são os alimentos ultraprocessados.
Sucos de caixinha, refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e macarrão instantâneo são alguns dos produtos mais consumidos pelos pequenos atualmente.
A obesidade em crianças e adolescentes é multifatorial, incluindo as condições genéticas, individuais, comportamentais e ambientais podem influenciar no estado nutricional.
O relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, com dados de pessoas acompanhadas na Atenção Primária à Saúde, aponta que, até meados do ano passado, mais de 340 mil crianças de 5 a 10 anos de idade foram diagnosticadas com obesidade.
O Atlas Mundial da Obesidade 2023 estima que, no Brasil, até um terço das crianças e adolescentes podem desenvolver obesidade até 2035. Desse total, cerca de 23% são meninas e 33% serão meninos.
Segundo IBGE, uma em cada três crianças, com idade entre 5 e 9 anos, vive acima do peso no país.
A obesidade é considerada uma doença crônica, sendo o resultado do balanço energético positivo entre a síntese de gordura e a degradação, devido a um descontrole na ingestão de calorias em relação ao gasto energético.
A ida aos especialistas em saúde é a opção quando se nota qualquer tipo de descontrole no peso de uma criança, adolescente e também nos adultos. É uma forma de prevenção à obesidade, uma doença que pode ser evitada ou amenizada se constatada no período inicial.

Patrícia Pillar Sguario é nutricionista e especialista no tratamento contra a obesidade em Cuiabá.

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