Secretárias não se entendem durante reunião mensal da SESMT

O encontro ocorreu na última quinta-feira (6) no governo para debater produtividade dos hospitais municipais com os recursos do Estado

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A secretária de Estado de Saúde (SES), Kelluby de Oliveira, afirma que a secretária Municipal de Saúde de Cuiabá, Suelen Alliend, faz uma fala “vazia e sem comprovação” ao dizer que o Município de Cuiabá “carrega” a saúde do Estado. Para Kelluby, a gestora municipal falta com a verdade ao supor que o Estado é negligente. Suellen rebateu que a prefeitura de Cuiabá tenha repasses atrasados, na contrapartida com o Estado, para o hospital do Câncer para atender as demandas dos municípios.
“Por meio do PPI [Programação Pactuada Integrada] os municípios do interior do estado pactuam com Cuiabá para que seus munícipes sejam atendidos na capital. Em contrapartida, o recurso que esses municípios recebem do Governo Federal é repassado para Cuiabá. Então, fica claro que Cuiabá não realiza atendimento de graça e nem tira do seu próprio recurso. Por isso, eu reafirmo que a fala da secretária Suelen é descabida”, apontou a gestora da SES durante entrevista concedida à imprensa na última quinta-feira (6)
Cuiabá é gestão plena em saúde e por ser capital concentra a maioria das unidades de saúde. Por essas duas características a cidade tem inúmeras pactuaçoes com os demais municípios do estado, que recebem recursos federais de forma direta e os transfere para Cuiabá atender as demandas pactuaras.
Segundo a secretária, nos últimos três anos o somente o Estado repassou R$509 milhões à saúde de Cuiabá. Quando ao Governo Federal, neste ano repassou cerca de R$ 250 milhões à capital. “São recursos bem expressivos e infelizmente não temos essa informação que a SMS tanto afirma sobre estar atendendo mais que o previsto. Isso precisa ser provado por planilha e documento oficial. Infelizmente é uma fala vazia e sem comprovação”, afirma.
Kelluby lembra que desde que assumiu a gestão da SES solicita informação sobre o número de atendimentos realizados por Cuiabá em razão das pactuaçoes que possui com o interior do estado, a fim de comprovar se o município está fazendo atendimento a mais. “É preciso que comprove em números o quanto de atendimento está fazendo a mais quanto ao que foi pactuado e quanto recebeu”, cobra a secretária.
A gestora da SES comentou ainda sobre mais uma crise na saúde pública municipal, que desta vez atinge os atendimentos no Hospital de Câncer. A unidade acusa a Prefeitura de Cuiabá de não efetuar o repasse de R$ 37.260.554,95. O município alega que não reconhece o valor da dívida e afirma que o caso já está judicializado. Em razão desse imbróglio, o hospital suspendeu os atendimentos oncológicos via Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não bastassem as inúmeras operações na Secretaria Municipal de Saúde, ainda surge esse impasse com o Hospital de Câncer. Eu fiquei surpresa ao tomar conhecimento da suspensão dos atendimentos na unidade em razão desse problema. Para não deixar desassistido os pacientes do hospital que tem um quadro de saúde mais grave, determinamos que eles fossem atendidos no Hospital Estadual Santa Casa”, informa Kelluby.
A secretária ainda defendeu a gestão do Estado e disse que a SES não é negligente, pois, segundo ela, o Hospital Estadual Santa Casa, em Cuiabá, e Hospital Metropolitano, em Várzea Grande atendem pacientes da baixada cuiabana, incluindo pacientes da capital e também do interior de Mato Grosso. “Nossos hospitais Santa Casa e Metropolitano atendem a alta complexidade na baixada cuiabana. Temos ainda outros seis hospitais em funcionamento no interior do estado e estamos construindo mais quatro. Então não tem como dizer que somos negligentes porque estamos trabalhando em prol da saúde de Mato Grosso como nenhum outro governo do estado trabalhou”, conclui.

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