Chapada dos Guimarães e Pantanal de MT são inseridos em pesquisa internacional sobre Turismo e Pandemia

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Drª Gizelle Prado

Os municípios de Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço, Cáceres e Poconé no Estado de Mato Grosso, foram definidos como locais para integrarem a pesquisa internacional, “Turismo em tempos de pandemia”. A pesquisa é coordenada pela Doutora Rita de Cássia Ariza da Cruz da Universidade de São Paulo (USP), que tem como objetivo identificar e analisar os impactos da pandemia da Covid-19 na atividade turística. Trata-se de uma perspectiva pluri e trans-escalar, a partir de estudos de casos do Brasil, Argentina, Portugal, França e Moçambique.

O grupo de pesquisadores é composto por professores e estudantes de graduação e de pós-graduação, de 30 instituições de ensino superior, nacionais e estrangeiras, da área de Geografia e Turismo. A composição da equipe e maiores detalhes do projeto de pesquisa estão disponíveis em https://sites.google.com/view/turismo-em-tempos-de-pandemia/equipe.

A equipe de Mato Grosso é composta pelos pesquisadores: Doutora Gizelle Prado da Silva Fonseca; Mestre Luiz Geraldo Mendes; consultora Alessandra Yukawa e consultor José Manuel Cañizal Salceda.

Sabendo-se que o turismo é um dos segmentos da economia mais atingido com a pandemia do coronarírus, que teve e terá grandes impactos principalmente, com a paralização do mercado de viagens, devido à política de isolamento. O setor sofre com o resultado das medidas de contenção ao contágio da Covid-19 com possível agravamento e danos ligados diretamente à economia dessa atividade.

Dependendo da duração do período de isolamento social ou com a possibilidade de outras ondas de contágio, o que, dentre outras consequências, poderá levar à falência de empresas e a redução do número de empregos. Logo, torna-se relevante analisar, a partir de tais fatos, como se encontram  essas localidades com dependência econômica do turismo como é o caso desses municípios mato-grossenses.

Serão feitas a coleta de dados junto a Órgãos Públicos, Organizações Representantes do Trade Turístico, Organizações de Trabalhadores da Área do Turismo, Institutos de Pesquisa e Observatório do Turismo. As áreas temáticas pesquisadas serão: Finanças Públicas; Setor Privado do Turismo (trade turístico); Empregos; Fluxos Turísticos e Políticas Públicas. O cronograma de realização da pesquisa está previsto entre maio/2020 a março/ 2021.

O recorte espacial da equipe do Estado de Mato Grosso corresponde a três dos principais municípios do Pantanal e o município de Chapada dos Guimarães, onde está o Parque Nacional de mesmo nome, que tem a atividade turística com papel relevante em suas economias.

Os estudos levaram em conta os aspectos como a taxa de dependência da região ou localidade em relação ao turismo (Participação no PIB; Base de dados do IPEA, Polos de Turismo definidos pelo MTur) (Figura 01).

Figura 01 – Mapa de localização dos municípios do Pantanal (Barão de Melgaço, Cáceres e Poconé e Chapada dos Guimarães no Estado de Mato Grosso).

Fonte: MMA/IBGE e ICMBIO

Os referidos municípios estão inclusos no Programa de Regionalização do Turismo, que faz parte da Política Nacional de Turismo (MTur, 2016), sendo identificados como os que possuem atrativos turísticos e que recebem os visitantes, que geram benefícios para toda a região da qual faz parte. Suas classificações estão entre as categorias: B, C e D, que apresenta um quantitativo significativo de arrecadação a partir da existência em seus territórios de meios de hospedagem, referentes à recepção de visitantes domésticos e internacionais, com a geração de emprego relacionado aos estabelecimentos de hospedagem e alimentação.

Os três municípios do Pantanal indicados no presente recorte estão entre os municípios brasileiros, que possuem as maiores áreas territoriais compostas pela planície pantaneira, juntamente com Chapada dos Guimarães, também com atrativos e potencial turístico de reconhecimento nacional e internacional. Eles estão entre os municípios do estado, com o maior número de visitação de pessoas de diferentes origens.

Em se tratando de um momento em que o mundo vivencia os impactos da pandemia da Covid-19, os municípios, como esses, que tem em sua economia a dependência da atividade turística são os que mais sofrem impactos, devido à necessidade de paralização, principalmente, durante o primeiro semestre do ano de 2020.

Com a queda da renda da população e por precaução, com a saúde, devido a desconfiança com relação às medidas sanitárias dos destinos a ser visitado, a demanda pelo serviço do turismo teve queda significativa com consequências, a nível nacional e internacional, restando a indefinição de quando haverá uma recuperação do referido setor.

Analistas do setor do turismo acreditam que a retomada das viagens deve ocorrer somente em 2021.

Em documento preparado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, publicado em abril de 2020, sugere que, para a retomada das atividades no setor do turismo caberá medidas urgentes, que colaborem para um retorno, após a liberação, com segurança das viagens e visitação de forma que permita a recuperação do setor mais adequadamente, possível.

Mas, dependendo da suspensão das restrições de viagens, as chegadas internacionais devem sofrer uma queda de 60% a 80%, um resultado que coloca até 120 milhões de empregos em risco.

Assim, na escala nacional, a pesquisa se objetiva levantar informações/dados sobre países como Brasil, Argentina, Portugal, França e Moçambique. Contribuindo para o maior conhecimento da situação real dos municípios que dependem economicamente do turismo e que pode servir de base para medidas que visem a recuperação da atividade após a liberação da mesma, com todas as medidas de segurança à saúde dos visitantes e dos visitados.

 

 

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